Um grupo de cientistas conseguiu criar organismos sintéticos robóticos, chamados Xenobots, com capacidade de autorreplicação. Este desenvolvimento reflecte um imenso crescimento na biologia sintética porque possibilita que máquinas biológicas minúsculas gerem outras a partir de processos de reprodução programada, sem interferência humana externa.
Os Xenobots começaram a ser construídos originalmente em 2020, mas passaram por várias fases de aprimoramento até chegar ao modelo actual. O corpo dos microrrobôs é uma mistura de material biológico e electrôdos artificiais: quando as células foram activadas, começaram a trabalhar juntas, de modo semelhante ao que ocorre em animais. A junção de células foi a base para a formação de corpos que podiam realizar tarefas específicas como empurrar objectos microscópicos, se organizar ou se movimentar em formação.
Poderão os Xenobots reproduzir-se a ponto de criarem uma superpopulação? De acordo com os cientistas, essa questão não se coloca porque as máquinas biológicas são inofensivas. Os Xenobots podem ser desligados remotamente e decompõem-se após sete dias, de forma semelhante ao que ocorre normalmente com células da pele .
A equipa não pretende lançar os robôs para serem usados como assistentes nem para desempenhar nenhuma actividade. A ideia é apenas empregá-los como base para o aprimoramento do algoritmo de organização de células, o que fará com que a tecnologia herde o aprendizado para manipular células vivas com mais eficácia.
“Se soubermos como dizer a conjuntos celulares para fazer o que queremos que fiçam, isso terá grande impacto na medicina regenerativa — será a solução para lesões traumáticas, má formação congênita, câncer e envelhecimento”, sublinha um dos cientistas envolvido Tuft Michael Levin.
O projecto foi desenvolvido por uma equipa multidisciplinar de cientistas das universidades norte-americanas de Vermont, Tufts e Harvard e os resultados publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
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