Uma “viagem cénico-cibernética” foi como o grupo Clowns de Shakespeare definiu a sua apresentação durante a mais recente edição do Festival Internacional da Casa da Ribeira no Brasil. Porém, para os Clowns de Shakespeare, como para muitas outras companhias teatrais em todo o mundo, o desafio já não é apenas “estar no online” mas o de conseguir explorar criativamente a tecnologia e arriscar novos formatos.
Como outros eventos semelhantes, o Festival Internacional da Casa da Ribeira decorreu, entre 3 e 7 de Março, exclusivamente online, com espectáculos no Zoom e no You Tube, sendo que alguns espectáculos serão possiveis de ver durante todo o mês de Março. No entanto, tal como tem também acontecido noutras iniciativas, duas dimensões são indicativas do que se poderá vir a tornar a “realidade hibrida” do mundo do espectáculo pós-pandemia.
Por um lado, a apresentação pelo o dramaturgo e actor inglês Ed Bailey da sua performance Breath, a partir de Londres, sinaliza como pequenos e médios festivais “locais” poderão vir a incorporar na sua programação espectáculos de outras latitudes e regiões do mundo que seriam incomportáveis para os seus orçamentos. Por outro lado, com uma programação substantativamente mais diversificada e enriquecida, estes festivais podem atraír um público mais amplo (e “global”) e ter receitas muito mais expressivas.
Mesmo instituições “históricas”, como é o caso do londrino National Theater, estão já a equacionar um modelo híbrido para o pós-pandemia. Depois de, no último Verão, ter programado uma temporada de espectáculos de acesso gratuito em livestreaming que chegaram a 173 países e tiveram uma audiência estimada em 15 milhões de pessoas, o National Theater está agora a equcionar a criação de uma plataforma (NT Live) para transmissão paga de espectáculos.
Sobre as mudanças e os desafios que se colocam às companhias teatrais ler mais aqui e aqui.