Universidade portuguesa lança livro ``Abrir os Gomos do Tempo: Conversas Sobre Cinema em Moçambique”
Com coordenação de Ana Cristina Pereira e Rosa Cabecinhas, investigadoras do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho, em Portugal, acaba de ser lançado o livro “Abrir os Gomos do Tempo: Conversas Sobre Cinema em Moçambique”.
O livro tem prefácio de Nataniel Ngomane e é constituído por um conjunto de conversas com personalidades-chave da história do cinema moçambicano: Américo Soares, Faria de Almeida, Gabriel Mondlane, Jean-Luc Godard, João Ribeiro, José Cardoso, Licínio Azevedo, Lopes Barbosa, Luís Carlos Patraquim, Pedro Pimenta, Ruy Guerra e Sol de Carvalho. As entrevistas foram realizadas por Ana Cristina Pereira, Diana Manhiça, Lurdes Macedo, Maria do Carmo Piçarra, Rosa Cabecinhas, Sheila Khan e Sílvia Vieira. A publicação remata com um discurso de José Luís Cabaço, proferido em 1980, quando era ministro da Informação de Moçambique, acompanhado por uma introdução que corresponde à sua leitura atual desse discurso.
As conversas neste livro têm um forte pendor cinematográfico e a forma como são reveladas as memórias “é, muitas vezes, através de imagens que têm movimento”. As autoras referem que a obra é, também, para quem fica feliz ao ouvir de novo a frase “Um outro mundo é possível!” e acredita em novas possibilidades de vida. Esta edição é dedicada à memória de Joaquim Lopes Barbosa (1945-2021) e uma homenagem aos cineastas que enfrentaram a censura do Estado. “Este gesto modesto pretende dar ânimo a todas as pessoas que ainda a enfrentam nas suas variadíssimas formas. Os ditadores morrem, os regimes passam e os filmes ficam”, lê-se na contracapa.