Apresentado no Manchester International Festival, que decorreu de 4 a 21 de Julho, o mais recente projecto da artista, música e performer Laurie Anderson, concebido em parceria com Hsin-Chien Huang, é uma fascinante instalação de realidade virtual intitulada “To the Moon”.

A Lua tem sido, desde sempre, um objecto privilegiado do imaginário humano e, começando pelo filme de 1902, de George Meliés, “Le Voyage dans la Lune”, uma fonte de inspiração constante para cineastas e artistas visuais.

 

Laurie Anderson

 

Em “To the Moon”, Laurie Anderson transporta o espectador  para uma Lua “imaginária” usando uma amálgama de imagens que provêm da mitologia grega, da literatura, da ciência e da ficção cientifica. Mas, simultaneamente, Laurie Anderson povoa a paisagem lunar com formas de vida já extintas, no que é, claramente, uma alusão ao estado do nosso próprio planeta.

Depois de “Chalkroom“, o primeiro projecto, em 2017, em que usou a tecnologia da realidade  virtual – e que obteve, no ano seguinte, no Festival de Veneza, o prémio para a melhor obra de Realidade Virtual – Laurie Anderson compreendeu (e apaixonou-se) pelo potencial narrativo deste novo meio (como explica nesta entrevista) e resolveu aventurar-se neste projecto que marca a sua contribuição para a celebração dos 50 anos da chegada do Homem à Lua.