Um dos projectos mais interessantes incluído no Pavilhão de Marrocos, durante a última Bienal de Veneza, foi o do arquitecto Tarik Oualalou. Em colaboração com Linna Choi, sua parceira no atelier Oualalou+Choi, o “projecto especulativo”, como o designaram, procura imaginar uma cidade, a ser construída em pleno do deserto do Sáara, e que permitiria aos seus habitantes transitarem entre dois planos – um, à superficie do deserto e, outro, subterrâneo – de acordo com as condições atmosféricas do momento.

 

 

A razão de ser deste “projecto especulativo” prende-se, segundo Tarik Oualalou, com a necessidade de repensar a arquitectura contemporânea face à “era do antropoceno” na qual o Homem hoje vive. Perante as alterações induzidas pela Humanidade ao seu ambiente natural, “se queremos sobreviver neste nosso Planeta temos que repensar completamente a nossa relação com ele e reinventar uma nova forma de o habitar”.

O exercício levado a cabo por Tarik Oualalou e Linna Choi pretende  também provocar uma reflexão em torno do “futuro das cidades”. Isto é, tendo em atenção que, ao ritmo actual. muito breve 80% da população mundial irá viver em cidades, é imperativo que a concepção dos novos espaços urbanos partam, igualmente, de novas premissas e não perpetuem  os paradigmas actuais.