Realizado por Renaud Barret, o documentário “System K”, que estreou o ano passado no Festival de Cinema de Berlim e que já percorreu, entretanto, alguns dos mais importantes festivais internacionais, tem sido referenciado como um “documento extraordinário” pela forma como retrata o universo (largamente desconhecido) da vibrante cena cultural em Kinshasa, em particular, no que toca ao mundo da street art e dos circuitos alternativos que proliferam na caótica capital da República Democrática do Congo.
A viver, desde 2003, em Kinshasa, o realizador francês Renaud Barret, que já tinha anteriormente produzido alguns dos melhores documentários sobre a vida cultural urbana de Kinshasa, consegue dar, em “System K”, uma perspectiva panorâmica e intensa da variedade de sub-culturas que se entrecuzam na cidade.
Kongo Astronauts
Das várias (e extraordinárias) figuras que atravessam o seu filme, destaque-se, por exemplo, Freddy Tsimba e as suas monumentais esculturas feitas a partir de materiais recolhidos em lixeiras e nas ruas da cidade, o colectivo Kongo Astronauts, criadores de um universo pós-apocaliptico em que se fundem elementos do passado com uma visão distópica de cyborgs futuristas, ou ainda o grupo Kokoko! e as suas experiências sónicas e performativas.
Para mais informação ver aqui. Pode também ver aqui uma entrevista com Renaud Barret
(Imagem do topo da página: Kokoko!)