A Apple acabou de anunciar que irá expandir vários dos seus serviços (App Store, Apple Podcasts, iCloud, Arcade e Apple Music) para dezenas de mercados adicionais na África, Europa, Ásia-Pacífico e Médio Oriente no que constitui uma das maiores expansões geográficas de sempre levadas a cabo pela tecnológica norte-americana.
Um dos serviços que mais irá crescer em termos de oferta é a Apple Music e África é onde o investimento da Apple será maior. Até aqui, o serviço de streaming da Apple estava presente em apenas 13 países do continente (sendo a África do Sul, a Nigéria, o Quénia e o Gana os seus principais mercados). De acordo com o anúncio feito na semana passada a Apple Music passará agora a estar também disponível em mais 17 países (Argélia, Angola, Benin, Chade, Libéria, Madagascar, Malawi, Mali, Mauritânia, Moçambique, Namíbia, República do Congo, Senegal, Seychelles, Serra Leoa, Tanzânia e Tunísia).
Esta movimentação da Apple no sentido de ter uma presença mais forte em África decorre do reconhecimento de que, apesar das limitações existentes no acesso à Internet e do seus custos ainda serem altos, este é um dos continentes, até por razões demográficas, onde existe um maior potencial de crescimento de mercado no médio e longo prazo.
Ao tomar esta iniciativa, a Apple pretende também ganhar avanço em relação ao seu grande concorrente a nível mundial, a Spotify, que só está ainda presente em África em cinco países (Argélia, Egipto, Marrocos, Tunísia e África do Sul).
No entanto, a Apple irá encontrar uma concorrência muito forte de serviços de streaming que já estão implantados no continente como o dos chineses da Boomplay. Este serviço é detido, em parte, pela Transsion Holdings, o principal fabricante de telemóveis em África, e vem pré-instalado em várias das marcas de telemóveis que são comercializadas em África. Para além disso, a Boomplay tem também uma importante participação da NetEase, uma empresa chinesa que detém um serviço de streaming de música na China que conta com mais de 400 milhões de utilizadores.
Mas para a indústria musical africana e, em especial, para os seus artistas, esta expansão da Apple vai ter um impacto que os analistas consideram importante não só em termos de gerar receitas adicionais para os todos os actores do sector como pela visibilidade internacional que terão.