Reinventar a batata doce no Ruanda
É este passado difícil que está por detrás do projecto com que arrancou em 2014. Larissa Uwase deu-se conta que a batata doce – que no seu país tem sido um alimento pouco valorizado e quase só usado para alimentar animais – tinha um potencial nutritivo muito interessante (contém, por exemplo, bastante vitamina A que é, precisamente, um nutriente em que quase 35% das crianças ruandeses são deficitárias).
Dedicou-se, assim, a “reinventar” a batata doce transformando-a em múltiplos produtos: pão, biscoitos, donuts e…esparguete. Os seus produtos estão disponíveis em 14 lojas em Kigali e em várias cantinas escolares. A sua empresa – a Carl Group – apoia as mulheres agricultoras da região dando-lhes condições para cultivarem batata doce e depois compra-lhes uma parte da produção. É, no entanto, na fase seguinte do processo que está a sua mais-valia: transformar essa matéria-prima em produtos saborosos, diversificados, elegantemente embalados e eficazmente distribuídos.
O carácter inovador do projecto permitiu-lhe, entretanto, encontrar investidores apostados em desenvolver e ampliar a sua actividade. O próximo passo será, muito possivelmente, expandir o negócio para a república Democrática do Congo.
Culminando a aventura encetada em 2014 chegou também, este ano, o reconhecimento internacional: Larissa Uwase foi designada como uma das cinco mulheres mais inovadoras em África pelo World Economic Forum.