Quando ``menos é mais``: empresas e governos testam as virtudes da semana de trabalho de 4 dias
A ideia teve uma especial visibilidade pública no final do ano passado quando a Microsoft divulgou os resultados de um projecto-piloto que realizou na sua filial do Japão.
Durante o mês de Agosto, os 2300 funcionários da Microsoft Japão não trabalharam à sexta-feira, ficando assim com mais um dia descanso e sem terem o seu salário diminuído. No final da experiência, os resultados indicaram um significativo aumento da produtividade (+ 40%), uma maior eficiência em todas as rotinas (incluindo o encurtamento do tempo das habituais reuniões) e um ambiente de trabalho mais criativo e dinâmico.
Este projecto-piloto da Microsoft não é, porém, um caso isolado. Em 2018, uma empresa da Nova Zelândia, a Perpetual Guardian, efectuou uma experiência semelhante com resultados idênticos.
Estes “testes” reflectem o desajustamento crescente entre o modelo de trabalho herdado do início da revolução industrial so século XIX e a realidade contemporânea. Um artigo recente da revista Harvard Business Review dava conta, precisamente, dos múltiplos estudos e iniciativas em curso que buscam uma redefinição e reestruturação das tipologias tradicionais e procuram novas modalidades funcionais (menos horas de trabalho, maior flexibilidade na organização das tarefas, estímulos à criatividade, etc.)
Mas estas iniciativas resultam também de uma crescente pressão social e cultural em favor de uma outra “qualidade de vida”. Até porque a tecnologia nos permite trabalhar menos e viver melhor (ler, por exemplo, “We have the tools and technology to work less and live better”)
Para além das empresas, também alguns governos (Reino Unido, Nova Zelândia,Rússia, Finlândia) começam hoje a equacionar a possibilidade de uma semana de trabalho de 4 dias.