``Programar depois da “rede” e dos seus efeitos``: a reflexão de António Pinto Ribeiro no MFF 2017
Nascido em Lisboa, tem formação académica em Filosofia, Ciências da Comunicação e Estudos Culturais e é Professor-conferencista convidado de várias universidades internacionais.
A par da sua actividade de investigador e de professor tem tido uma prática de programação artística e de curadoria. Foi o Director Artístico da Culturgest (centro cultural em Lisboa) desde a sua fundação em 1992 até 2004. Foi consultor da Fundação Gulbenkian (2003-2015), para a qual concebeu e dirigiu vários programas, o último dos quais foi o Programa Gulbenkian de Cultura Contemporânea – Próximo Futuro (2009-2015). Foi também curador convidado do MAR (Museu de Arte do Rio), no Rio de Janeiro, entre 2013-14. Actualmente, e a convite da Camâra Municipal de Lisboa, é o Coordenador-geral de “Passado e Presente, Lisboa Capital Ibero-americana de Cultura 2017”.
UnPlace, um dos projectos do Programa Próximo Futuro concebido e dirigido por António Pinto Ribeiro
A apresentação que irá fazer na conferência intitula-se:”Programar depois da “rede” e dos seus efeitos”. Eis a síntese dessa apresentação:
“A “rede” trouxe a imaterialidade para o quotidiano mas também para as artes e para o seu sistema. Tornou-se familiar e a sua acessibilidade aparentemente híper-democrática. Todos e qualquer um podem ter acesso ao universo das artes e cada sujeito se pode configurar como autor-distribuidor e espectador (embora o mais comum possa ser consumidor).
As exposições virtuais sucedem-se e os produtores musicais saem dos seus quartos de qualquer periferia para a realização de grandes concertos. Contudo nada disto é simples e comporta novos problemas e limitações que refreiam a inicial euforia das artes para todos, no que seria uma versão hipertecnológica de Joseph Beuys e da sua proclamação de “cada ser ,um ser artista”.
Das muitas variáveis limitativas podem desde já enunciar-se: os limites de muitos artistas ao manuseamento da tecnologia virtual, bem como dos receptores. O interesse menor do mercado das artes a esta produção imaterial,o custo elevado desta tecnologia, a falta de treino nos mecanismos de recepção estéticos, a exclusão dos receptores que não dominem a linguagem dominante do exercício destas criações, etc.
Estas são a par das virtualidades da “rede” alguns dos limites que serão abordados a partir de casos de estudo.”
A intervenção de António Pinto Ribeiro terá lugar no dia 16 de Novembro, às 16h15, durante a sessão da tarde da conferência (que irá ocorrer na Fundação Fernando Leite Couto)