No passado dia 7 de Março, tiveram lugar, na Serra Leoa, as primeiras eleições presidenciais no mundo que usaram a tecnologia “blockchain“.

 

Os votos foram efectuados manualmente e registados pela Agora, uma fundação Suíça que oferece soluções de votação digital, usando blockchain, que é uma tecnologia que ajuda a garantir transparência, gravando cada voto na “blockchain”. Embora os votos na “blockchain” podem ser vistos por qualquer pessoa, eles só poderão ser validados por pessoas autorizadas.

 

Sendo a falta de transparência um dilema constante em muitas eleições no mundo inteiro, mas particularmente em alguns países africanos, a utilização de sistemas mais transparentes podem ajudar a restaurar confiança do público votante no processo eleitoral e promover um maior engajamento no processo eleitoral.

 

 

Leonardo Gammar, CEO da Agora, diz que a Comissão Nacional de Eleições da Serra Leoa teve “mente aberta” em relação ao potencial da tecnologia “blockchain” nas suas eleições.

Gammar espera que a Agora possa replicar o seu trabalho em outras eleições em África numa escala maior e admite que para realizar este objectivo será necessário perceber os diferentes obstáculos de cada país. Acrescenta ainda que votações electrónicas suportadas por “blockchain” serão mais baratas para países africanos, cortando os custos de impressão e de papel do modelo de votação actual e, talvez ainda mais importante, podem reduzir a violência característica do período eleitoral em muitos destes países.

 

“Se não estiverem disponíveis telemóveis, podemos pedí-los emprestados. Se o votante fôr cego, podemos fazer com que o seu telefone fale com ele. Se não souber ler, podemos utilizar imagens”, diz ainda. “Não existe problema técnico que seja “grande demais”. Tudo o que é necessário é ter um bocado de imaginação.”