Embora a indústria musical sempre tenha visto nas plataformas de streaming um potencial interessante, a grande questão que se colocou, ao longo dos últimos anos, foi a de saber quando é que estas ganhariam escala suficiente para se tornarem num modelo de negócio com capacidade para gerar receitas significativas e, sobretudo, perceber se a dimensão dessa “escala” permitiria considerar o streaming como o ponto de viragem (no sentido de uma efectiva recuperação) depois da longa agonia em que se tem arrastado a indústria musical.

De acordo com a Midia Research, os resultados finais respeitantes ao ano de 2016, no qual foi ultrapassada a barreira dos 100 milhões de subscritores destes serviços, parecem confirmar que se chegou, de facto, a um ponto de viragem. No entanto, a Midia Research considera que seria imprudente considerar este dado como sinal de que se está perante uma perspectiva de crescimento consolidado.

O ano que agora se inicia continuará, certamente, a evidenciar esse crescimento mas persistem várias incógnitas e alguns indicadores (como a queda acentuada no número de downloads ou o colapso no mercado dos CD’s em países como a Alemanha ou Japão) não devem alimentar expectativas irrealistas.

Na análise agora divulgada, destaque para a liderança que a Spotify continua a manter neste segmento de mercado (43%) apesar da forte concorrência da Apple (20,9%). Os serviços de streaming da Spotify e da Apple representam, só por si, 64% da actual base de subscritores existentes, o que os coloca numa posição de mercado dominante, mas em 2017 a Amazon pretende entrar em força neste segmento pelo que muita coisa poderá, entretanto, mudar.