Para além de Nollywood: cinema independente da Nigéria em Londres
A curadoria deste ciclo coube a Nadia Denton, autora do livro “The Nigerian Filmmaker’s Guide to Success: Beyond Nollywood” que, num texto publicado pela CNN, explica em detalhe, as razões das suas escolhas. Informação complementar pode também ser consultada no website da própria Nadia Denton.
Das obras seleccionadas por Nadia Denton, duas em particular mereceram especial destaque por parte da crítica internacional.
A primeira, “Faaji Agba”, de Remy Vaughan-Richards, é um documentário que retraça a cena musical da Nigéria e, em particular, de Lagos, desde os anos 40 do século passado e dá a conhecer toda uma notável geração de músicos – como Prince Olayiwola Fatai Olagunju, mais conhecido por Fatai Rolling Dollar, Alaba Pedro, SF Olowookere e Ayinde Bakare – os quais ressurgiram, recentemente, depois de anos de esquecimento, pela mão de Kunle Tejuosho da Jazzhole Records, de Lagos.
O filme de Remy Vaughan-Richards, que levou seis anos a ser produzido, ganhou já este ano o prémio para o melhor documentário no Africa Magic Viewer’s Choice Awards e, depois da apresentação no BFI, as portas parecem estar abertas para a sua distribuição no circuito internacional.
Outro dos filmes em destaque na programação de “Beyond Nollywood” foi “The Golden Chain” de Adebukola Bodunrin & Ezra Claytan Daniels. Trata-se de um filme de animação que, partindo de um imaginário “futurista” – uma estação espacial nigeriana detecta num ponto remoto do universo um núcleo de matéria tão densa que decide, de imediato, investigar – retrata os mitos Yoruba da criação do universo.
O filme, que já tinha passado no início de Novembro no Whitney Museum, em Nova Iorque, no âmbito da programação do ciclo “Afrofuturism: Black Science Fiction”, tem agora, depois da exibição em Londres, programada uma série de apresentações em diversos festivais internacionais.