Pandemias, como actualmente a do coronavirus, têm sido uma constante ao longo da história da Humanidade. De entre uma extensa produção literária , que vai da ficção ao ensaio passando pela reportagem jornalística, aqui ficam algumas sugestões de leitura.
FICÇÃO
1. A Peste – Albert Camus
Albert Camus, uma das referências maiores da literatura mundial (e Prêmio Nobel de Literatura em 1957), publicou, em 1947, “A Peste”, livro no qual relata uma terrível epidemia que se abate sobre a cidade de Argel. Tendo como personagem central o médico Bernard Rieux, o livro explora, de forma magistral, os extremos da “condição humana” sujeita a uma situação de confinamento absoluto. Desde que começou a pandemia do coronavirus, o livro voltou ao top dos mais vendidos.
2. O Ano do Dilúvio – Margaret Atwood
A escritora canadiana Margaret Atwood foi “redescoberta” recentemente por via do sucesso mundial da série televisiva The Handmaid’s Tale (Netflix) que é baseada no livro (com o mesmo título) que publicou em 1985. Em “O Ano do Dilúvio” a acção decorre depois de uma praga ter dizimado quase toda a humanidade e explora a forma como os sobreviventes se procuram reconstruír fisica e emocionalmente dos efeitos catástrofe.
3. Um Diário do Ano da Peste – Daniel Defoe
Daniel Defoe, para além de ser um dos grandes romancistas de todos os tempos é também considerado um percursor do jornalismo moderno. “Um Diário do Ano da Peste”, publicado em 1772, é um extraordinário relato sobre a epidemia de peste bubônica que dizimou 70 mil vidas em Londres, no ano de 1665. O livro, que tem sido considerado um modelo de rigor descritivo, mistura realidade e ficção. O autor cria personagens e diálogos que recompõem um clima novelesco, mas sem deixar de registar os factos com o olhar apaixonado de um repórter. Autor do romance “Robinson Crusoé” (1719), Daniel Defoe morreu em 1731.
NÃO-FICÇÃO
1. Pandemias:A Humanidade em Risco – Stefan Cunha Ujvari
O brasileiro
2. Gripe: A História da Pandemia de 1918 – Gina Kolata
Gina Kolata, multi-premiada jornalista do “New York Times”, escreveu aquele que continua a ser considerado um dos melhores livros sobre a chamada “gripe espanhola”, a grande pandemia de 1918 que terá morto, segundo as estimativas mais actuais, 50 milhões de pessoas (em proporção, o equivalente a 200 milhões de pessoas hoje). Dadas as semelhanças desta “gripe” com o coronavirus, o livro, que se lê como um espécie de “romance policial”, é de leitura especialmente recomendada.
3. The Psychology of Pandemics: Preparing for the Next Global Outbreak of Infectious Disease – Steven Taylor
Publicado em 2019, o livro de Steven Taylor, professor do Departamento de Psiquiatria da University of British Columbia, no Canadá, tem merecido grande destaque pelo ângulo de abordagem que escolheu para abordar a questão das pandemias. Sendo claro que o controle das doenças infecciosas depende, de forma significativa, do comportamento individual de cada pessoa, “The Psychology of Pandemics” analisa, precisamente, os factores psicológicos envolvidos na disrupção social e emocional provocada pelas pandemias. Um destaque especial é dado, neste contexto, à análise das questões associadas à estigmatização social das pessoas infectadas.