Pandemia obriga companhias aéreas a estudar o redesenho do interior dos aviões
Ainda que persistam muitas incógnitas sobre o futuro pós-coronavírus, parece claro, desde já, que a pandemia será responsável por mudanças, porventura definitivas, na indústria do turismo e, principalmente, na aviação.
Se tivermos em conta o que aconteceu após os atentados do 11 de Setembro, que obrigaram a alterações significativas nos procedimentos de segurança, as quais perduram até hoje, é bastante provável que as medidas que as companhias aéreas já estão a adoptar, e outras que neste momento estão a ser analisadas, adquiram um carácter definitivo. Desde o uso de máscaras até aos termómetros infra-vermelhos passando pela hipótese dos passageiros serem obrigados a apresentar antes do embarque um “passaporte da imunidade”, são muitas as opções que estão a ser avaliadas.
Um dos aspectos que está já a merecer uma atenção muito especial tem a ver com o re-design do interior dos aviões. Para garantir uma distância mínima entre os passageiros, algumas companhias aéreas como a Qantas, a Delta, a American e a United estão a bloquear os assentos do meio. Dessa forma, as pessoas viajam apenas na janela ou no corredor com um espaço livre entre elas. Esse espaçamento é possível agora, enquanto há pouquíssimas pessoas dispostas a viajar, mas deve ser inviável no futuro. A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) já tomou uma posição pública clara: se o distanciamento social fôr imposto de forma definitiva, o preço dos bilhetes terá invetivavelmente de subir.
É neste contexto que começam a surgir propostas para redesenhar o interior dos aviões. Uma dessas propostas foi recentemente apresentada pela empresa italiana Aviointeriors que sugere várias soluções. Uma delas coloca os assentos do meio virados na direcção contrária. Noutra, os assentos mantêm-se tal como estão dispostos actualmente mas são envolvidos por uma protecção que evita o contacto directo entre os passageiros.
Seja qual fôr a opção, caso estas soluções (ou outras) venham a ser implementadas, o que parece claro é que os investimentos envolvidos no redesenho do interior das aeronaves se irão repercutir, inevitavelmente, no custo dos bilhetes. Se se considerar ainda que, nos tempos mais próximos, haverá uma diminuição substancial de pessoas a viajar, tudo indica que o tempo das viagens baratas, se não acabou, em definitivo, não regressará tão cedo.