“One Day I Too Go Fly”: documentário retrata a vida de quatro estudantes africanos nos EUA
Arthur Musah
O que faz de “One Day I Too Go Fly” um projecto, desde logo, particularmente interessante, reside na aposta arriscada que Arthur Musah resolveu assumir pois acompanhar o percurso de quatro jovens, desde o momento em que chegam ao MIT (Massachussets Institute of Tecchnology) até que terminam os seus estudos, é um empreendimento que, pelas múltiplas e imprevisiveis variáveis envolvidas, requer uma enorme resiliência e disponibilidade para aceitar as várias contigências que um processo desta natureza implica.
Em entrevista à “This is Africa” , Arthur Musah fala extensamente sobre as motivações que o levaram a aventurar-se neste projecto: “Foi um projecto que naceu do desejo de compreender como uma pessoa muda ao longo do tempo, como um imigrante se adapta à nova sociedade em que se insere e de que forma se aliena daquela de onde vem. Isto é, que partes do seu “eu” anterior resolve guardar? E que tipo de coisas novas escolhe integrar em si?”.
Para além destas dimensões individuais – e que se ligam à dinâmica dos “ganhos” e das “perdas” que o crescimento sempre envolve – o documentário serve também para uma reflexão mais ampla que se prende com a questão, complexa, das escolhas que, normalmente, se colocam a muitos destes jovens no fim dos estudos: ficar no país de acolhimento ou regressar a casa?
Para Arthur Musah, que já foi premiado pelo seu anterior documentário “Naija Beta” em vários festivais tanto nos Estados Unidos como na Europa, a expectativa, quanto à reacção do público a este seu novo projecto, é grande. Mas a sua maior ambição é a de que o documentário possa vir a circular pelo continente africano.