“O mundo que iremos gaguejar de cor”, o mais recente livro do escritor moçambicano Pedro Pereira Lopes, lançado na semana passada em Maputo, mereceu destaque de relevo na imprensa portuguesa.

O jornal “Diário de Notícias” destaca o facto do livro se debruçar sobre “a crueldade de alguns dos acontecimentos que marcaram a História de Moçambique, como os campos de reeducação dos primeiros tempos de independência e a guerra civil de 16 anos”.

É esse o caso, por exemplo, do texto “Reza as tuas orações todos os dias”. Em entrevista à agência Lusa, Pedro Pereira Lopes refere que “no texto ‘Reza as tuas orações todos os dias’, parto da realidade dos campos de reeducação para debater os dramas que ali se passaram e manifesto a minha recusa de que esse capítulo da nossa História possa ser soterrado”.

Apesar de reconhecer que o livro tem uma dimensão vincadamente local, Pedro Pereira Lopes sublinha que, no entanto, o livro propõe temas mais universais, como o “sequestro” do homem pela religião.

 

 

Num texto publicado no ano passado na revista online “Caliban”, António Cabrita antecipando o destaque que agora está a ser dado a Pedro Pereira Lopes, escrevia: “Fosse eu editor, e seria um dos em que primeiro apostaria(…)Lúcido, inteligente, com sentido oficinal, e um bom leitor, dentro de poucos anos será iniludivelmente uma das figuras cimeiras da nova geração”.

O livro, publicado pela editora “Cavalo do Mar”, tem 100 páginas, está dividido em 12 capítulos e, embora seja o quarto que o autor publica, é o primeiro destinado a um público adulto (os primeiros eram livros infanto-juvenis).