Museu do Graffiti abre em Berlim
A exposição inaugural exibe obras de 100 artistas – representativos deste movimento que, tendo começado nos anos 70, em Nova Iorque, se desenvolveu, entretanto, à escala global – entre os quais se contam nomes como os de Shepard Fairey, Ron English, Blek le Rat, 3D (da banda Massive Attack) e Vhils (a imagem que encabeça este post é uma das obras produzida para esta exposição ).
Mas esta exposição inaugural não está confinada ao espaço do museu: espalha-se em murais pela cidade e, em particular, pelo metropolitano da cidade. Todas as obras apresentadas foram criadas especificamente para a abertura do museu.
Embora para alguns, a abertura do museu tenha sido vista como uma forma de “institucionalizar” uma forma de arte que se caracteriza por “pertencer à rua” tentando, desta forma, “normalizá-la” e integrá-la no circuito (e mercado) da arte contemporânea, Yasha Young, a directora do museu, nega que seja esse o seu objectivo adiantando que o “Urban Nation” não pretende retirar o “graffiti” do seu espaço próprio de intervenção mas apenas dar-lhe um espaço de expressão alternativo: “o que aqui apresentamos não é “street art” – sublinha – o que queremos é mostrar que estes artistas têm outras dimensões criativas”.
Apesar desta declaração, o facto é que, como se pode ler neste artigo do jornal britânico “The Guardian”, a “street art” tem vindo, em anos recentes, a confrontar-se com questões de vária ordem: tentativas dos poderes instituídos de “limpar as cidades” e erradicar esta forma de arte, apropriação, pelas grandes marcas, da “street art”, desvirtuando os seus objectivos, “mercantilizando-a” e higienizando as suas mensagens e, finalmente, uma grande pressão por parte das galerias e museus de arte no sentido de encontrar formas de comercialização ajustadas ao mercado das artes.