O “Museum of Selfies” , situado em Glendale, perto de Los Angeles, na Califórnia, não vai ser verdadeiramente um museu no sentido tradicional do termo. Será sim um museu “pop-up” pois apenas irá funcionar entre 17 de fevereiro a 17 de abril deste ano.

Dedicado à «ciência, arte e cultura da auto-representação» pretende abordar o fenómeno das “selfies” mas no contexto  mais abrangente da história do auto-retrato. 

Esta abordagem conceptual não é inédita – basta lembrar, por exemplo, a recente exposição «From Selfie to Self-Expression» organizada, em Londres, pela Galeria Saatchi – o formato da exposição, no entanto, é que será bastante diferente pois integrará numerosas instalações interactivas.

 

Num momento em que são publicadas mais de 2,4 milhões de selfies por dia, os organizadores do projecto – que é totalmente independente e não tem nenhuma ligação a qualquer instituição de arte – querem também que este “evento museológico” constitua um momento de reflexão sobre o narcissismo que marca as sociedades contemporâneas.

Tommy Honton e Tair Mamedov, os fundadores deste “museu”, prometem aos visitantes uma “experiência única”. Para além das diversas instalações interactivas, os organizadores encomendaram ainda obras a vários artistas internacionais.

 

A propósito da abertura do “Museum of Selfies” – e do tipo de conceito que ele representa – deixamos aqui duas sugestões para os que se interessam em reflectir sobre alguns dos fenómenos mais marcantes da “cena museológica” actual: a conferência proferida, há já dois anos, por Jia Jia Fei, do Jewish Museum of New York, numa Ted Talk intitulada “Art in the Age of Instagram” ou ler o texto de Arielle Pardes “Selfie Factories:The Rise of the Made-For-Instagram Museum” publicado na revista “Wired” a propósito do lançamento do projecto  “Museum of Ice Cream“, em Nova Iorque.