Reconstruído após o incêndio que o atingiu em 2015, o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo (Brasil), vai reabrir ao público no próximo dia 31 de Julho com uma nova exposição, Língua Solta”, com curadoria de Fabiana Moraes e Moacir dos Anjos.
A exposição pretende mostrar a língua portuguesa nos seus amplos e diversos desdobramentos na arte e no quotidiano através de um conjunto de 180 artefactos que ancoram os seus significados no uso das palavras.
“A língua é solta porque perturba os consensos que ancoram as relações de sociabilidade dominantes, tanto na vida privada quanto na pública. Incorporada em imagens e objectos diversos, ela sugere outros entendimentos possíveis do mundo. E tece, assim, uma política que é sua”, diz Moacir dos Anjos.
O projecto assume a língua como operador social que não somente reflecte, como também reorganiza formas de vida. A mostra abriga, de modo intuitivo e lúdico, algumas das estratégias criativas que, estruturando imagens e objetos os mais distintos, sugerem e desdobram o poder que a língua tem de emancipar. “A gente entende que a língua é um espaço de disputa de poder e vai se refletir em questões várias do Brasil – de raça, de classe, de gênero e de geografias”, afirma Fabiana Moraes.
O Museu vai ainda apresentar experiências inéditas, como “Falares”, que traz os diferentes sotaques e expressões do Brasil; e “Nós da Língua Portuguesa”, que aborda a diversidade cultural da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Serão mantidas as principais experiências que marcaram os quase 10 anos de funcionamento do Museu (2006 a 2015) – como a “Praça da Língua”, espécie de ‘planetário do idioma’, que homenageia a língua portuguesa escrita, falada e cantada num espectáculo de som e luz.