A instalação das últimas obras no Museu Atlântico – o primeiro museu submerso da Europa, situado na ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias – está terminada. O projecto, concebido pelo artista britânico Jason deCaires Taylor, que já tinha realizado “instalações” do mesmo tipo ao largo da costa do Mexico e da ilha de Granada, tem, no entanto, uma escala surpreendente. Apesar de uma parte do Museu já ser visitável desde o ano passado, só agora o projecto foi dado por concluído.

Para visitar este museu de arte contemporânea é preciso mergulhar a 14 metros de profundidade mas a experiência é poderosa: povoado por mais de 300 esculturas, o núcleo principal é constituído por um muro de 30 metros de comprimento e 4 metros de altura para cuja única porta se parecem encaminhar algumas dezenas de figuras. Intitulada “A travessia do Rubicão”, esta instalação pretende não apenas ser um comentário crítico ao “absurdo” que é tentar criar barreiras artificiais na Natureza como também à recente emergência de discursos que apelam à construção de “muros” entre os povos.

Mas o Museu Atlântico, para além de outras instalações de Jason deCaires Taylor, dispõe ainda de um “jardim botânico” e foi, todo ele, desenhado na perspectiva de se integrar no espaço natural sem perturbar ou romper o complexo ecossistema que lhe serve de “casa”.