O efeito conjugado da revolução tecnológica em curso e das “sociedades em rede” evidencia que, mais do que “conviver” com os artefactos da tecnologia, a vida contemporânea se define por um “estilo de vida” que se deixou impregnar pelo espírito, pela estética e pela aceleração imposta por estas tecnologias.

As “redes sociais”, em particular, contribuíram, de modo decisivo, para diluir as fronteiras entre a esfera pública e a privada e instituiram uma fluidez permanente entre o “mundo físico” e o “mundo digital”. Não se trata já de uma “co-existência” de espaços de vida mas de uma nova configuração “existencial” em que se transita, indistintamente, entre o “real” e o “virtual” (e vice-versa).

As interdependências suscitadas por esta dinâmica abriram, por sua vez, espaço a novos modelos de relação e de criação dos quais têm emergido conceitos e práticas que têm influenciado, de modo decisivo, todas as áreas do conhecimento e da inovação.

Também no continente africano se tem assistido à emergência deste “estilo de vida digital” com um número crescente de criativos das mais diversas áreas (artes, cultura, moda, tecnologia, etc.) a singularizarem-se pelas suas propostas inovadoras e a participarem activamente nas redes globais.

Apesar das assimetrias existentes, muitas iniciativas ocorridas recentemente– tanto no continente como fora dele – tornaram claro existir hoje um interesse inédito, por parte da comunidade criativa internacional, pela evolução se que está a verificar em África.