A 3ª edição do festival Maputo Fast Forward (MFF) vai ocorrer entre 11 de Outubro e 11 de Novembro. Tal como no ano passado, o programa do MFF 2018 – que vai incluír conferências, exposições, filmes, workshops e debates – reflecte as propostas e a colaboração entre um número alargado de parceiros (instituições culturais, galerias de arte, universidades, etc.) e tem como patrocinadores oficiais a Cooperação Suíça e o Barclays Bank Mozambique.
O MFF 2018 tem como tema “The Future of the Future” / Reinventando Narrativas de África”. Em anos recentes, tem-se assistido, através de múltiplas e variadas manifestações – teóricas, filosóficas, estéticas, económicas, sociais e culturais – à emergência de um “desejo de futuro”, cujo denominador comum passa por uma vontade expressa em conceptualizar novas formulações identitárias, gerar imaginários alternativos e construir narrativas que se destacam pela ruptura que pretendem instituír com os modelos que foram configurados no período pós-independências e parecem esgotados e incapazes de responder às novas realidades contemporâneas.
Existem inúmeros factores históricos que podem ajudar a compreender estas novas aspirações identitárias (falência de opções ideológicas, impactos da globalização, profundas mudanças tecnológicas, alterações demográficas e geracionais, etc.) mas o que importa talvez reter aqui é que, independentemente das diversas abordagens analíticas possíveis, o continente é hoje confrontado com uma pulsão em que, da moda às tecnologias, da literatura ao design, da arquitectura ao empreendedorismo, da música às artes visuais, para referir apenas alguns exemplos, há claramente um vibrante “regresso ao futuro”, isto é, uma inequívoca e inovadora vontade de ir além das convenções existentes e construír narrativas em que o “futuro” é convocado como uma poderosa ferramenta para gerar cenários conceptuais alternativos e afirmar novas dinâmicas identitárias.
As diversas e multifacetadas manifestações estéticas, culturais e artísticas que têm surgido, por exemplo, no âmbito do chamado “afrofuturismo” – apesar da imprecisão conceptual e ambivalência deste “movimento” – são eloquentes pela forma como exprimem este “desejo de futuro” e de reconfiguração identitária através da construção de novas narrativas.
É neste contexto que o programa do MFF 2018 se pretende situar. O seu objectivo é contribuir para que produção destas “novas narrativas” – indiferentemente da sua proveniência (artes visuais, design, arquitectura, tecnologia, literatura, etc.) – seja estimulada, exibida e publicamente debatida por forma a que, também em Moçambique, o exercício criativo que “pensar o futuro” convoca, se reflicta, de modo operativo, na reformulação do presente.
A divulgação integral do Programa do MFF 2018 será feita muito em breve. Fique atento!