``Melting Memories``: retratos da memória em movimento na pintura algoritmica de Refik Anadol
Refik Anadol, que foi um dos artistas em destaque no ciclo “O Futuro do Futuro”, organizado pelo MFF durante o passado mês de Maio, acaba de realizar a sua segunda exposição individual na Pilevneli Gallery em Istambul (Turquia).
Intitulada “Melting Memories”, a exposição confirma Refik Anadol como um dos mais interessantes artistas multimédia contemporâneos. Não se trata propriamente de uma surpresa pois o jovem artista turco tem ganho, nos últimos anos, inúmeros prémios e distinções (Microsoft Research’s Best Vision Award, German Design Award, UCLA Art+Architecture Moss Award, University of California Institute for Research in the Arts Award) e tem exposto as suas obras um pouco por todo o mundo (Estados Unidos, Europa, Austrália, etc.).
O ponto de partida para “Melting Memories” ocorreu quando Refik Anadol tomou conhecimento do trabalho desenvolvido pelo Laboratório de Neurologia da Universidade da Califórnia. Uma das áreas de investigação que mais o interessou foi a que estuda os “movimentos” provocados no cérebro quando accionamos a nossa memória e tentamos nos lembrar de uma qualquer recordação.
Usando um sensor desenvolvido pelo Laboratório de Neurologia da Universidade da Califórnia, Refik Anadol concebeu uma série de algoritmos que transformam os movimentos captados pelo sensor em “pinturas dinâmicas” que foram agora expostas na Pilevneli Gallery.
No texto que acompanha a exposição, Refik Anadol explica que hoje, mais do que tentar responder à questão que marcou muita da arte e literatura do século XX – “o que é a memória e o que é que ela nos diz?” – a pergunta que nos devemos colocar é: “o que podemos fazer com as nossas memórias?”.