Durante a última edição da conferência “Consensus”, promovida pela revista Coindesk, uma das principais publicações online dedicada ao universo das moedas digitais, Harvesh Seegolam, governador do Banco Central das Maurícias, anunciou que está para breve o início do projecto-piloto que vai testar o lançamento de uma moeda digital naquele país.
Sem querer avançar com grandes detalhes sobre o projecto, Harvesh Seegolam referiu, no entanto, que a moeda digital deverá ser disponiblizada apenas pelos bancos já que o governo não quer correr o risco de uma destabilização do sistema financeiro.
Esta iniciativa do Banco Central das Maurícias vem na sequência de outras já anunciadas por diversos países do continente africano. No final do ano passado, também Ernest Addison, governador do Banco Central de Gana veio revelar que aquele país “poderia emitir uma versão digital da moeda do país, o cedi ganês, em num futuro próximo”. Addison sublinhou o facto do Gana estar a passar por um processo rápido de digitalização e possuir um sector de serviços bancários móveis em expansão impulsionado pelo uso massificado de telefones móveis. Segundo referiu, as transferências de “dinheiro móvel” aumentaram 70% entre 2017 e 2018.
Para citar apenas mais um exemplo, também o Banco Central do Ruanda anunciou, em Agosto do ano passado – de acordo com notícia avançada pela Bloomberg, estar a estudar o lançamento de uma moeda digital como meio de aumentar a eficiência das transacções e promover o crescimento econômico. De acordo com um responsável ruandês, o Banco Central do Ruanda está a avaliar os projectos em desenvolvimento em países como o Canadá, Singapura e a Holanda nos quais existem neste momento projectos para o lançamento de uma moeda digital nacional.
Recorde-se, entretanto, que a China tem vindo a acelerar o processo de lançamento da sua própria moeda digital. De acordo com notícia avançada pelo “The Wall Street Journal”, no passado mês de Abril, o Banco Central da China já divulgou o cronograma das diversas fases do projecto-piloto e o Governo, por sua vez, iniciou o processo legislativo que irá regulamentar todos os aspectos relativos à moeda digital.
Refira-se ainda que, em Fevereiro, também o Banco Central Europeu veio anunciar, pela voz de Christine Lagarde, que esta instituição está a estudar, juntamente com outros cinco bancos centrais nacionais, as “potencialidades e os riscos” relativos à criação de uma criptomoeda em euros: “criámos um grupo de trabalho europeu em Janeiro para avaliar as potencialidades e os riscos associados a diferentes modelos de moedas digitais geridas por banco centrais e para testar como podem funcionar”.