Marketing:
3 Tendências para 2017
Com o final de cada ano chegam, inevitavelmente, os balanços e as previsões para o ano que se irá seguir. A revista norte-americana “Marketing Dive” distinguiu, como sempre, aqueles que durante o ano transacto mais se destacaram pela sua abordagem inovadora e disruptiva. Os prémios agora atribuídos permitem, simultaneamente, confirmar algumas das tendências que já se vinham desenhando nos últimos anos e antecipar aquelas que mais rapidamente se irão generalizar em 2017.
O prémio da “campanha do ano” foi dado à Dove (Unilever) pela campanha “My Beauty, My Say”. O núcleo central da campanha foi um vídeo de 60 segundos no qual mulheres “comuns” falam das pressões que a sociedade lhes impõe no sentido da sua imagem corresponder a determinados padrões e expectativas de “beleza” ao mesmo que desvaloriza as suas capacidades, competências, formas de estar e realizações pessoais.
Embora partindo de uma abordagem que segue o modelo de anteriores campanhas da Dove, o uso que foi feito de múltiplos canais de comunicação e, em particular, do “live streaming” de comentários em plataformas tão diversas como “outdoors” ou redes sociais “fez a diferença” e sublinhou como a relevância das marcas depende hoje, cada vez mais, da capacidade de gerar uma “conversa”, também ela, socialmente relevante.
Finalmente, importa sublinhar duas coisas: primeiro, que para esta “conversa” ter ressonância é também preciso deixar de olhar para as “redes sociais” como uma agregado indiferenciado e compreender que cada uma das plataformas tem características distintas e linguagens próprias. E em segundo lugar, que as tradicionais abordagens “demográficas” são cada vez menos operativas: cada consumidor é um consumidor “único” (independentemente da sua idade, localização, etc.) e deve ser tratado como tal.
O “Amazon Echo” é um dispositivo que consiste num altifalante de 9,25 polegadas (23,5 centímetros) de altura com um cilindro de sete peças e um conjunto de microfones. Este dispositivo, que responde pelo nome de “Alexa” quando interpelado (embora esse “nome” possa ser alterado pelo utilizador), é capaz de interacção de voz (isto é, responde às questões que lhe são colocadas), de reprodução de música, de fazer listas de tarefas, definir alarmes e fornecer informação sobre o tempo, tráfego etc. tudo em tempo real.
A atribuição do prémio é um bom indicador de uma tendência emergente que se irá consolidar a muito breve trecho (a previsão é de que, até ao final deste ano, as vendas do Amazon Echo, só nos EUA, cheguem aos 6 milhões de unidades) e que, a par com a tecnologia da Realidade Virtual, aponta para ambientes cada vez mais “imersivos” onde a tecnologia, disseminada na paisagem urbana e doméstica, se tende a “naturalizar” e a se tornar indistinta, difusa e imperceptível. As estratégias de marketing terão, portanto, de considerar esta pluralidade de canais e medir, caso a caso, o grau de “intrusividade” a que se podem permitir.