Publicado em Março, pela editora Real World, o álbum “Republique Amazone”, tem sido saudado pela critica não apenas pela sua sonoridade intensa e vibrante – o jornal britânico “The Guardian” descreve-o como possuindo uma “energia infecciosa”- mas também pela postura combativa que assume na defesa da igualdade do género e contra a violência exercida sobre as mulheres.

 

Pamela Badjogo (“Les Amazones d’Afrique”)

 

A banda, “Les Amazones d’Afrique”, é uma espécie de “super-grupo” pois reúne nomes consagrados da cena musical africana como, entre outros, o de Angélique Kidjo, vencedora de um Grammy, Mariam Doumbia, do lendário duo Amadou and Mariam, e Mamani Keïta , cantora maliniana bem conhecida dos circuitos da “world music” global.

Desde a edição do seu primeiro “single” – “I Play The Kora”- com uma ambiência hipnótica nascida do cruzamento de vários tipos de sonoridades (tradicional, blues, electrónica) e, posteriormente, de um concerto em Marselha, em 2015, tornou-se claro que “Les Amazones d’Afrique” era um projecto que marcava a diferença. O seu primeiro álbum vem apenas confirmar essa percepção inicial.

Mas o projecto não se resume à música. Os lucros obtidos pela venda do primeiro “single” foram canalizados para a Fundação Panzi, criada pelo médico Mukwege, em Bukavu, na República Democrática do Congo, que já deu apoio, ao longo dos anos a 80 mil mulheres, a maior parte vitima de violência (em particular de natureza sexual). E, com o lançamento do álbum, a banda encetou uma campanha de “crowdfunding” para apoiar o trabalho da Fundação (as doações podem ser feitas aqui).