KOKOKO! Um colectivo congolês reinventa a música electrónica a partir das lixeiras de Ngwaka
E foi então que descobriram que muitos dos objectos encontrados (antigas máquinas de escrever mecânicas, garrafas de vidro, etc.) permitiam, depois de re-trabalhados, obter uma variedade de sonoridades muito interessantes.
Amigos da Kinoise Productions, uma pequena produtora local que está ligada ao projecto “Africa Express” – o qual tem como objectivo promover colaborações musicais “sem fronteiras” através da edição de albuns e “tournées” montadas a partir de viagens de comboio entre os países da região – entraram em contacto com um produtor francês, Débruit, que ficou, de imediato, fascinado com o som e a energia da banda.
Em conjunto começaram a trabalhar no desenvolvimento de um formato sónico simultaneamente “cru, eléctrico e psicadélico” o qual despertou, ao ser apresentado nos clubes locais, não só um entusiasmo que contaminou toda a comunidade como gerou um movimento “alternativo” muito mais amplo, pois a “mensagem” do KOKOKO! é também radical na sua oposição à situação que se vive na República Democrática do Congo.
Débruit “improvisou” um pequeno estúdio, feito de colchões, uma mesa de ping-pong e microfones chineses adquiridos em lojas apenas frequentadas por pastores evangelistas (os únicos na zona com poder aquisitivo para os adquirir) e o resultado foi “Tokoliana”, o seu primeiro single. O video que o promove tornou-se, entretanto, viral, e o projecto KOKOKO! tornou-se notícia na imprensa internacional ( e não apenas nos “media” dedicados à música pois mesmo a revista norte.americana “Time” lhes dedicou há dias uma artigo).
Mas o melhor mesmo é ver o video!