O Instagram lançou na semana passada a IGTV, um aplicativo que permite aos utilizadores da rede social criarem e compartilharem vídeos com uma duração mais longa do que era possível actualmente e que pode agora chegar até uma hora.
Durante a sessão de lançamento da IGTV, Kevin Systrom, presidente executivo da empresa, afirmou que a televisão do Instagram não é uma cópia de outras aplicações já existentes no mercado: “É diferente em vários aspectos. Primeiro, foi construida para a forma como usamos o telefone e, por isso, os vídeos ocupam todo o ecrã e são verticais. E simplificámos o sistema. Tal como na televisão, a IGTV começa logo a passar vídeos. Não é preciso pesquisar nada para ver o conteúdo de pessoas que seguem no Instagram ou vídeos de outras pessoas que podem ter interesse com base nas preferências”.
De facto, ao invés do tradicional 16:9 horizontal, que se tornou o standard da indústria de vídeo e televisão, o Instagram opta pelo vídeo vertical, sinalizando a sua posição mobile-first, de forma semelhante aos conteúdos Discover do Snapchat.
Outra diferença importante é a experiência de utilização. A plataforma tenta replicar um canal de televisão, na forma como se consome o conteúdo, através de um fluxo contínuo de vídeos sugeridos. Isto vai contra plataformas como YouTube ou Netflix, onde tipicamente se escolhe o conteúdo a partir de uma selecção ou pesquisa.
É de referir, no entanto, que embora qualquer utilizador possa criar um canal e publicar vídeos até 15 minutos diretamente do telemóvel, apenas “contas maiores” ou verificadas podem fazer uploads até uma hora. Estes videos têm de ser enviados a partir do computador, como se faz tradicionalmente no YouTube ou no Vimeo.
Para os analistas, a IGTV aparece para concorrer directamente com o You Tube, que lidera actualmente este segmento. No entanto, num momento em que o Instagram atingiu os mil milhões de seguidores, parece claro que a IGTV surge no âmbito de uma estratégia que pretende retirar ao You Tube a sua posição dominante.