Fundada em Berlim, em 2013, pelos irmãos Erez e Guy Galonska e por Osnat Michaeli, a start-up alemã Infarm propôs-se desenvolver um sistema inovador de hortas verticais, modulares e conectadas para o cultivo de ervas aromáticas, alfaces e outros vegetais. Três anos depois, em 2016, um primeiro projecto-piloto foi colocado num supermercado da capital alemã.
Semelhante a uma pequena estufa, a horta foi apelidada de Kräuter Garten (Jardim de Ervas) e permitia aos clientes escolher à vontade suas próprias verduras e ervas colhendo-as directamente da estufa. Hoje, a Infarm já está a operar em 10 países, tendo parcerias com retalhistas como a Amazon Fresh na Alemanha, a Marks & Spencer no Reino Unido e a Kroger, nos Estados Unidos.
A grande vantagem da solução da Infarm é a possibilidade de ter a produção mais próxima do cliente final, uma vez que disponibiliza estas hortas dentro de supermercados, restaurantes, centros de distribuição e escolas.
A Infarm desenvolveu um modelo de farming-as-a-service, em que é a proprietária das hortas, responsável pela instalação, cultivo, colheita e manutenção e em que cobra uma subscrição mensal às empresas clientes por cada horta. Guy Galonska compara o modelo de negócio da Infarm ao que acontece, por exemplo, com lâmina de barbear: “vendemos a tecnologia a preços relativamente baixos e, em seguida, fornecemos todos os suprimentos e serviços adicionais”.
Mas o projecto da Infarm tem ainda outras componentes que o tornam um dos mais inovadores do mercado pois é um “sistema inteligente” de agricultura é plug and play, dado que as hortas estão conectadas à cloud – com recolha permanente de dados – o que permite que as hortas sejam controladas remotamente no centro de controlo na sede da Infarm, em Berlim.
O sistema permite ainda utilizar menos recursos em comparação com a agricultura tradicional: não é necessário pesticidas pois estão em ambiente controlado, utiliza menos 95% de água, menos 75% de fertilizantes e permite uma redução de cerca de 90% nos custos de transportes.
Desde que foi fundada em 2013, a Infarm captou 304 milhões de euros em financiamento, nomeadamente, através do fundo europeu Atomico.