
Ilhas artificiais: qual é o verdadeiro custo do ambiente construído?
English version below
Dubai será a sede do COP28, a Conferência Climática Internacional e é dos países que se destaca na inovação quanto à criação de cidades no meio do mar. O impacto ambiental das ilhas artificiais feitas pelo homem tem despertado preocupações sobre a estabilidade dos ecossistemas marinhos, perturbação de habitat e dinâmica costeira. Este progresso tem preço.
Como exemplos, numa incursão que vem de um passado distante, a China embarcou em uma construção em larga escala de ilhas artificiais. A China recuperou aproximadamente 3.200 acres para criar ilhas artificiais nas Ilhas Spratly, no Mar da China Meridional, culminando na perturbação da dinâmica das ondas e na alteração das rotas migratórias para inúmeras espécies.
As “Palm Islands” são outro exemplo de ilhas artificiais. Em 2005, essa enorme ilha em forma de palmeira adicionou cerca de 56 km à faixa costeira. O empreendimento alterou significativamente a ecologia local, causando erosão costeira, transferência de sedimentos e mudanças nos padrões de ondas. Sedimentos depositados devido à construção sufocaram a vida marinha e alteraram a quantidade de luz solar que chega às plantas da praia.
Perante a crescente superpopulação, a crise climática e a escassez de recursos, a história das ilhas artificiais serve como um lembrete da nossa capacidade de moldar o ambiente construído. À medida que navegamos pelas complexidades do desenvolvimento moderno, a narrativa das ilhas artificiais sublinha a importância de harmonizar o progresso com a gestão ambiental. As ilhas artificiais e seu custo a longo prazo para o futuro de nossas cidades são pertinentes para a discussão na COP28 que vai decorrer no Dubai entre fim de Novembro e princípio de Dezembro deste ano.
English Version
Artificial islands: what is the real cost of the built environment?
Dubai will be hosting the COP28, the International Climate Conference, and is one of the countries that stands out in terms of innovation when it comes to creating cities in the middle of the sea. The environmental impact of man-made islands has raised concerns about the stability of marine ecosystems, habitat disturbance and coastal dynamics. This progress comes at a price.
As examples in a foray into the distant past, China has embarked on a large-scale construction of artificial islands. China reclaimed approximately 3,200 acres to create artificial islands in the Spratly Islands (in pt.) in the South China Sea, culminating in the disruption of wave dynamics and the alteration of migratory routes for numerous species.
The “Palm Islands” are another example of artificial islands. In 2005, this huge palm-shaped island added around 56 kilometres to the coastline. The development significantly altered the local ecology, causing coastal erosion, sediment transfer and changes in wave patterns. Sediments deposited due to the construction have suffocated marine life and altered the amount of sunlight reaching the beach plants.
In the face of growing overpopulation, the climate crisis and resource scarcity, the story of artificial islands serves as a reminder of our ability to shape the built environment. As we navigate the complexities of modern development, the artificial islands narrative underlines the importance of harmonising progress with environmental stewardship. Artificial islands and their long-term cost to the future of our cities are pertinent to the discussion at COP28, which will take place in Dubai between late November and early December this year.