O projecto “Garden of Coffee” nasceu em 2016 pela mão da empreendedora etíope Bethlehem Tilahun Alemu. Conhecido por ser um dos grandes produtores mundiais de café, a Etiópia é também um pais em que a bebida é consumida não apenas no dia-a-dia mas faz parte de um número variado de cerimónias tradicionais. Inspirada nesta cultura do café, Bethlehem Tilahun Alemu quis que o projecto “Garden of Coffee” reflectisse esta tradição.
Baseando-se em métodos artesanais de produção e processamento – que ajudam a preservar a qualidade do café e reduzem a pegada ecológica – a marca “Garden of Coffee” começou a ser conhecida internacionalmente pela sua abordagem personalizada, exportando hoje para mais de 20 países (sendo os principais clientes os Estados Unidos, a Russia, a Suécia e a Alemanha).
A grande aposta agora da “Garden of Coffee” é a China. A empresa acabou de anunciar um acordo com a Suzhou Reyto que lhe vai permitir começar a exportar 12 toneladas de café (nas cinco variedades que produz) para aquele país asiático.
Para além disso, um outro acordo com a plataforma online Taobao vai possibilitar que os consumidores chineses possam aceder aos seus produtos nessa modalidade. Mas o grande projecto mesmo da “Garden of Coffee” é abrir, até 2022, 20 instalações de torrefacção naquele país.
Bethlehem Tilahun Alemu acredita que o projecto “Garden of Coffee” é um dos percursores do que designa como a “quarta onda” na evolução das formas de produção e consumo do café. A primeira envolveu a massificação do seu consumo. A segunda esteve ligada à criação da “cultura do café” enquanto “estilo de vida” através de fenómenos como a marca “Starbucks”. A terceira focou-se sobretudo em métodos de produção artesanal. A “quarta onda” prolonga esta última mas está mais apostada na “sustentabilidade a longo prazo” pelo que investe sobretudo na preservação dos modos tradicionais de cultivo do café.