Galeria de arte internacional abre em zona remota do Congo
O Lusanga International Research Centre for Art and Economic Inequality foi concebido como uma galeria de arte e um centro de investigação. Situado numa antiga plantação, que era propriedade da multinacional Unilever, o Centro – que foi concebido pelo Office for Metropolitan Architecture (OMA) – pretende funcionar, simultaneamente, como uma plataforma de pesquisa e um espaço de criação artística, envolvendo toda a comunidade local.
A exposição agora inaugurada conta com a participação de 18 artistas locais, pertencentes ao Cercle d’Art des Travailleurs De Plantation Congolaise – e cujo trabalho esteve recentemente exposto em Nova Iorque no Armory Show e no Sculpture Centre – bem como com obras de outros artistas congoleses e de nomes consagrados da cena artística internacional como Carsten Höller, Marlene Dumas e Luc Tuymans.
Exposição dos trabalhos do Cercle d’Art des Travailleurs De Plantation Congolaise no Sculpture Center em Nova Iorque
De acordo com Renzo Martens, director artístico do Institute for Human Activities e um dos dinamizadores do projecto, a exposição, tal como o Centro, pretende abordar a questão das desigualdades, a nível global, articulando as artes, a economia e a perspectiva ambiental.
Para além da exposição, o programa de abertura do Centro incluíu a projecção do documentário “The Globalisation Tapes”, do realizador Joshua Oppenheimer, e um debate sobre as relações entre os mercados financeiros, as instituições de arte e o sistema das plantações em que participaram, entre outros, Azu Nwagbogu, director do Lagos Photo Festival, Suhail Malik da Goldsmiths University, de Londres e René Ngongo, director do Greenpeace Congo.
A inauguração do Centro foi também o momento escolhido para o anúncio do programa de pesquisa que irá ser desenvolvido nos próximos cinco anos e cujos detalhes principais pode ler aqui.