A Galeria Arte d’Gema – um projecto de características únicas em Moçambique – celebrou recentemente os seus cinco anos de existência com a realização de uma feira de arte, a Go Go Go – Maputo Art Fair, na qual participaram mais de 30 artistas e foram expostas mais de 100 obras produzidas entre os anos 1960 a 2021. Ao longo dos anos, A Arte d’Gema tem mantido uma programação exemplar e participado em várias feiras de arte internacionais.,
Operando como uma plataforma para a promoção do artista e suas obras de arte, a Arte d’Gema, de acordo com a sua fundadora e gestora, a curadora de arte Élia Gemuce, posiciona-se numa perspectiva global desafiando os talentos emergentes moçambicanos e os artistas estabelecidos através de diferentes propostas curatoriais e abordagens diversificadas no que toca à pesquisa, produção e promoção das suas obras..
Em entrevista ao RADAR, Élia Gemuce fala dos desafios de funcionamento de uma galeria comercial de arte no contexto nacional no qual o mercado de arte é ainda embrionário, existe pouca cultura de compra de obras de arte, e onde se colocam grandes desafios na profissionalização do próprio trabalho artístico.
A experiente curadora lamenta o facto do processo de valorização de obras e artistas moçambicanos internacionalmente não seja acompanhado por um conjunto de apoios e incentivos do Governo o que leva a que, muitas vezes,a representatividade da arte contemporânea moçambicana no estrangeiro.se reduza ao artesanato.
Nesta entrevista são também abordados os desafios impostos pela pandemia da covid-19 e as suas consequências no mercado global de arte. O impacto da era digital na circulação, exposição e comercialização de obras de arte mereceu igualmente uma análise da curadora da galeria que tem um histórico de prestígio em termos de participação em feiras e realização de exposições um pouco pelo mundo a fora, levando artistas emergentes e estabelecidos moçambicanos para a montra mundial.
Eduardo Quive