Criada pelo artista e designer colombiano Juan Pablo García Sossa, o projecto Futura Trōpica quer reescrever nossa compreensão dos trópicos como região e como mentalidade.
“A Futura Trōpica é uma rede intertropical e descentralizada composta por redes locais, que conecta comunidades e territórios no cinturão tropical do planeta, a fim de trocar conhecimentos, tecnologias e projetos endêmicos – explica Juan Pablo García Sossa – Por um lado, é um projecto de pesquisa que pretende fortalecer e canalizar conversas entre comunidades no cinturão tropical, para redefinir nossa compreensão dos trópicos. Por outro lado, é uma intersecção de redes: redes locais e de afecto, e redes a partir de uma perspectiva técnica e infraestrutural, o que inclui internet, intranet, wi-fi, etc.”
Segundo o fundador do projecto “O sistema de globalização e progresso que estigmatiza os trópicos como uma região “subdesenvolvida” gerou na região uma ânsia de “alcançar” o mundo “desenvolvido” através da importação de ideias externas de progresso, e impedindo-nos de analisar nossas próprias noções de desenvolvimento. Os trópicos raramente têm sido reconhecidos como um lugar de onde emerge conhecimento. Por exemplo, partindo da ideia da “lacuna tecnológica”, acredita-se na inexistência de tecnologias oriundas do Sul Global ou dos trópicos. O projecto Futura Trōpica busca quebrar essa estrutura, sob a qual somos supostos receptores passivos do Norte Global”.
Os nós actuais do projecto Futura Trōpica são Bogotá, Kinshasa e Bengaluru, onde há 30 colaboradores activos de diferentes perfis e práticas de vida”