Festival Internacional de Cinema Comunitário Afro (FICCA) anuncia programa da edição de 2022
A 7ª edição do Festival Internacional de Cinema Comunitário Afro (FICCA) – cuja primeira edição ocorreu em Medelín (Colômbia), em 2016, vai realizar-se este ano entre 1 e 5 de Setembro.
Cada edição do festival aborda uma temática distinta. Para 2022, a escolha recaiu sobre o tema “territórios”, enquanto nos anos anteriores os tópicos foram “migrações” e “identidades e paz”. “Os territórios são como o corpo, são as terras ancestrais das quais as pessoas foram privadas”, sublinha o director do festival Ramón Perea. “Queremos explorar a diversidade dos territórios urbanos e rurais”, acrescenta.
O festival exibirá mais de 40 filmes de todo o mundo. Em destque estará “Sementes: mulheres pretas no poder” (2020), um filme sobre a história de Marielle Franco, vereadora lésbica negra do Rio de Janeiro assassinada em 2018 por seu trabalho político. “Seu legado influenciou outras mulheres que, por sua vez, dão novos exemplos”, diz Pereas.
Outro aspecto importante do festival são as exposições de fotografia, resultado de oficinas com crianças e jovens que residem em bairros periféricos de Medelín como Morávia, Santa Cruz, 8 de Março, Mirador de Calasanz, Novo Amanhecer e São Cristóvão, onde há uma vasta população afrodescendente.
A partir dessas oficinas, que reúnem até 160 jovens, surgem também curtas-metragens. Uma delas, Três histórias, produzido em 2021, integra esta sétima edição do festival. O documentário mostra os avanços do bairro Novo Amanhecer, de Medelín, graças a três líderes sociais afrodescendentes. Com duração de 10 minutos, o filme foi produzido por jovens entre 12 e 17 anos, que veêm a curta-metragem como uma forma de manter a identidade afro do bairro. A ideia é produzir, a partir de março deste ano, oito curtas-metragens nas oficinas do festival, com um foco no desenvolvimento de guiões e edição de som e imagem.