Facebook ameaça indústria dos media
Tendo em atenção que, neste momento, a rede social já domina, de forma esmagadora, o mercado da publicidade digital e que a sua base de “utilizadores activos” está perto dos 2 biliões (a nível global) há, portanto, razões palpáveis, para temer os impactos desta evolução que, para alguns, poderá mesmo representar o “fim do jornalismo tal como o conhecemos”.
Este será, certamente, um dos temas que irá ocupar os debates na conferência “Digiday Publishing Summit” que arranca, a partir de amanhã, em Lisboa, e na qual se irá analisar o futuro da indústria dos media . Num momento marcado pela profunda crise dos modelos de negócio tradicionais e na ausência de alternativas claras quanto às estratégias a adoptar, a conferência propõe-se debater os principais tópicos que têm marcado a “agenda” em anos recentes. Entre os convidados contam-se representantes de algumas das maiores publicações de referência a nível global (BBC, Quartz, Le Monde, etc.).
Antecipando algumas das problemáticas em debate no evento, o jornalista Pedro Fonseca escreve: “os media passam por desafios como a monetização dos seus conteúdos, o confronto com os novos agentes (Google ou Facebook), a difícil decisão de instalar um modelo pago (“paywall”) quando a concorrência o não faz, avançar para os conteúdos patrocinados (“branded content”) e ainda o problema do “ad blocking”.
Perante estes desafios, muitas empresas de media vêem-se hoje obrigadas a “reinventar-se” de forma a manterem-se competitivas num mercado cada vez mais complexo. Acrescenta o jornalista: “a própria entidade organizadora do evento, Digiday Media, é um exemplo da renovação dos media. Fundada em 2008, com escritórios em Nova Iorque (EUA) e Londres (Inglaterra), assume-se como uma empresa global de eventos (mais de 250 desde a sua criação), de marketing e de media, gerindo actualmente quatro marcas: a referida Digiday (media e marketing), Glossy (luxo e tecnologia), Tradestreaming (“fintech”) e a agência criativa de conteúdos Custom. O que a Digiday Media (e as suas diferentes marcas) demonstra é a necessidade de evoluir de um modelo típico e tradicional de simples meio de comunicação social para um conglomerado de acções, de propostas de valor e de modelos de negócio diferenciados, para os media poderem conseguirem triunfar num cenário bastante complexo e diferente das décadas anteriores (leia o artigo completo aqui).