``Eu vejo a Lua mas não vejo a China``: uma reflexão do escritor Pedro Pereira Lopes na Conferência do MFF 2019
O escritor moçambicano Pedro Pereira Lopes vai participar na Conferência do MFF 2019 com uma apresentação intitulada: “Unsolved (un)realities: Eu vejo a Lua mas não vejo a China”.
Na sua introdução à apresentação, Pedro Pereira Lopes escreve: “A ideia das “realidades” é o meu ponto de partida . Quem somos nós? Somos reais enquanto africanos? Não será, a ideia de África, uma construção exterior? Somos originais? Nós somos nós? Como as fronteiras idealizadas na Conferência de Berlim determinaram quem somos actualmente?
As novas fronteiras invisíveis tornam-nos numa imensa plateia de consumo, de partilha, onde o novo, real e original não é “autêntico”. Proponho-me, na segunda parte desta palestra, explorar as distâncias, os vistos, as línguas e o pensamento de África para o mundo e vice-versa. Por exemplo, como é fácil ir à China e difícil chegar a Lagos, na Nigéria.”
Pedro Pereira Lopes nasceu na província da Zambézia, Moçambique, em 1987. Estudou Políticas Públicas na Escola de Governação da Universidade de Pequim. Escreve poesia, contos, relatos de viagens, ensaios e publicou um romance. Publicou os livros infanto-juvenis O homem dos 7 cabelos (2012, Prémio Lusofonia 2010), Kanova e o segredo da caveira (2013), Viagem pelo mundo num grão de pólen e outros poemas (2014), A história do João Gala-Gala (2017, em com autoria com o músico Chico António) e O comboio que andava de chinelos (2019, Prémio Maria Odete de Jesus 2016). Publicou ainda a colectânea de contos o mundo que iremos gaguejar de cor (2017) e o romance mundo grave (2018, Prémio Literário INCM/Eugénio Lisboa 2017). Em 2019, em São Paulo, foi-lhe atribuído o “African Writer Excellence Award”, pela sua produção literária e contribuição na divulgação do pensamento africano.
Para o escritor e crítico António Cabrita, “Pedro Pereira Lopes é uma das vozes mais interessantes do novo panorama das letras em Moçambique” e “será iniludivelmente uma das figuras cimeiras da nova geração”.