O Prémio Aga Khan de Arquitetura (AKAA) anunciou os vencedores da edição de 2022, no total projectos de seis países, onde inclui-se uma escola no Senegal, construída com inspirações em hábitos e costumes locais, mas sobretudo inovador e sustentável ao meio ambiente.
A iniciativa foi de um grupo de arquitectos da start-up local Dawoffice que viram a superlotação na única escola secundária de Thionck Essyl e resolveram construir uma nova por meio de sua fundação de caridade, a Foundawtion.
“O conforto climático e o baixo custo foram primordiais. A argila, o material mais abundante da região, estava disponível gratuitamente no local; a pedreira tornou-se o campo de desportos da escola. A forma da abóbada catenária foi escolhida porque funciona puramente em compressão – a única tensão que a argila pode suportar. Módulos de abóbadas de barro produzidos por voluntários usando técnicas locais são fechados com treliças de madeira, permitindo a entrada de luz. A argila e as treliças agem como um resfriador de evaporação – não é necessário ar condicionado artificial. As chapas de metal ranhuradas protegem a argila da chuva e da luz solar. Os módulos destacados ou “awlas” são organizados em conjuntos de salas de aula em torno de uma série de quadrados, cada um acomodando uma árvore pré-existente. Uma biblioteca, dois volumes administrativos, instalações sanitárias e um espaço de fundação completam o complexo. Sua forma modular facilita a expansão futura.”
A escola chama-se Kamanar Secondary School e integra um campus repleto de infraestrutura, edifícios, paisagens e móveis, aborda as múltiplas escalas de urbanismo, paisagismo, arquitetura e tecnologias de construção com iguais compromisso e virtuosismo. A topografia e a flora do local são as condições fundamentais deste projeto, levando à introdução de uma rede de salas de aula organizadas em torno de copas de árvores pré-existentes, adotando sua sombra como espaços sociais que servem tanto aos alunos quanto aos professores.
Entre 463 projectos indicados ao 15º Ciclo de Prémios (2020-2022), os seis vencedores apresentam exemplos de excelência arquitetónica nas áreas de design contemporâneo, habitação social, melhoria e desenvolvimento comunitário, preservação histórica, reutilização e conservação de áreas, bem como paisagismo e melhoria do meio ambiente. Dois projetos de Bangladesh e um da Indonésia, Irã, Líbano e Senegal dividirão o prémio de um milhão de dólares, um dos maiores da arquitetura.
Para o 15º Ciclo de Prémios, o AKAA contou com nove jurados independentes, incluindo Nada Al Hassan, Francis Kéré, renomado arquiteto burquinabe – vencedor do Prêmio Pritzker 2022 e vencedor do AKAA 2004 pelo seu primeiro projeto, uma escola primária em Gando, Burkina Faso; e Anne Lacaton, vencedora do Prêmio Pritzker. O Júri selecionou 20 projetos finalistas de 16 países durante a primeira fase e reconheceu municípios, construtores, clientes, mestres artesãos e engenheiros que desempenharam papéis essenciais nos projetos vencedores.
O Prémio Aga Khan de Arquitetura foi criado em 1977 para identificar e encorajar conceitos de construção que respondam com sucesso às necessidades e aspirações das comunidades onde os muçulmanos têm uma presença significativa.121 projetos receberam o prêmio, enquanto quase 10.000 foram documentados. Explore os 20 projetos finalistas selecionados pelo júri para o 15º Ciclo de Premiação (2020-2022) e a apresentação dos vencedores do Prêmio Aga Khan 2019 do ArchDaily.