Enciclopédia Negra: livro e exposição recuperam protagonismo negro na história do Brasil
A exposição Enciclopédia negra, inaugurada pela Pinacoteca de São Paulo, no Brasil, torna pública, pela primeira vez, 103 obras realizadas por artistas contemporâneos para o livro homônimo, da autoria dos pesquisadores Flávio Gomes e Lilia M. Schwarcz e do artista Jaime Lauriano, publicado em março de 2021 pela Companhia das Letras.
No livro, estão reunidas as biografias de mais de 550 personalidades negras, em 416 verbetes individuais e colectivos. Muitos desses personagens tiveram as suas imagens e histórias de vida apagadas ou nunca registradas. Para interromper essa invisibilidade, 36 artistas contemporâneos foram convidados a produzir retratos dos biografados.
Diferente da organização alfabética da publicação, a mostra está dividida em 6 núcleos temáticos: Rebeldes; Personagens atlânticos; Protagonistas negras; Artes e ofícios; Projectos de liberdade; e Religiosidades e ancestralidades.
Estes núcleos misturam biografias de tempos históricos diversos, nas quais ressaltam aspectos em comum. Há registos de quem liderou movimentos de resistência; negociou condições de emprego e de vida; das mulheres que tiveram de ser separadas de seus filhos; das que, com seu trabalho, conseguiram comprar as alforrias; dos mestres curandeiros, dos professores, advogados, artistas, entre outros.