Eddy Kamuanga Ilunga: pintura e tecnologia
O artista congolês, de 27 anos, já tinha sido positivamente referenciado aquando da sua participação na “Pangaea II – New Art from Africa and Latin America”, uma exposição colectiva organizada, em 2015, pela prestigiada Saatchi Gallery, em Londres.
Posteriormente, quando foi seleccionado, já em 2016, para o Armory Show, em Nova Iorque, o seu trabalho voltou a merecer uma atenção especial tendo mesmo obtido um destaque no jornal “Financial Times” que escolheu uma das suas obras para capa do suplemento que dedicou ao Armory Show e o incluiu na lista dos melhores artistas presentes nesse evento.
Um dos aspectos que mais atenção tem merecido por parte dos críticos é a capacidade que Eddy Kamuanga Ilunga tem evidenciado – especialmente na série “Mangbetu” que expôs na October Gallery – na representação do conflito que atravessa este grupo étnico da República Democrática do Congo, cada vez mais polarizado culturalmente entre as suas “tradições” e o fascínio pela “modernidade tecnológica” (sublinhe-se, a propósito, que a República Democrática do Congo é um dos grandes exportadores mundiais de coltan, uma matéria prima fundamental no fabrico de componentes para telemóveis).
Para além do seu trabalho individual, Eddy Kamuanga Ilunga, que continua a viver em Kinshasa, é também membro fundador do colectivo M’Pongo, um grupo onde se cruzam criativos de diversas áreas (moda, música, design, etc,) e cuja influência na sua própria obra (em particular algumas características da cultura “pop”) já tem sido também referenciada.