O ano de 2019 vai ser marcado pela chegada em força ao mercado das motorizadas eléctricas.
A Harley-Davidson acaba de apresentar, nos Estados Unidos, a sua primeira moto eléctrica, a LiveWire, que vem sendo desenvolvida desde 2014 e deverá chegar ao mercado norte-americano já em 2019. A Harley-Davidson confirmou que a LiveWire será a plataforma de lançamento de uma nova linha de motos eléctricas. Modelos adicionais devem chegar em 2022. A LiveWire insere-se num novo conceito que a Harley designa de “twist and go” através do qual a empresa pretende atraír novos consumidores, sobretudo mais jovens, e posicionar-se no novo (e crescente) segmento das motocicletas eléctricas. Uma decisão que pode parecer algo surpreendente, tendo em conta o perfil histórico da marca, mas que se torna mais compreensível se se tiver em conta que as vendas das motorizadas Harley-Davidson têm estado em queda nos últimos dois anos, não só a nível global como, de forma mais preocupante, no seu principal mercado, os Estados Unidos.
Apesar da Harley-Davidson continuar a ser uma marca poderosa, a verdade é que ela irá ter de competir como uma série de concorrentes muito fortes. Um desses concorrentes de peso é a Curtiss Motorcycles.
Conhecida anteriormente como Confederate Motors, a escolha do nove nome não foi certamente acidental: há cem anos atrás, a Curtiss construiu não só algumas das motos mais velozes da época como também possuidoras de um design inovador.
Assim, a Curtiss, não só deixou para trás o motor de combustão (no qual a Confederate se baseava), apostando agora exclusivamente em motores elétricos, mas, ao investir em modelos com um design arrojado, parece estar a querer também ocupar um espaço que, durante muitas décadas, pertenceu à Harley-Davidson.
ZEUS
No ano passado a Curtiss lançou a Zeus, uma mota eléctrica com 140 kW, o primeiro motor elétrico “e-twin” do mundo e um design fabuloso. Entre as principais características da Zeus, o destaque vai obviamente para o estilo que a torna inconfundível, mas ele não seria possível sem a complexa suspensão da frente e o estranho braço oscilante traseiro, com a Curtiss a colocar o motor eléctrico numa posição mais elevada, a fim de deixar espaço para as baterias, sempre mais pesadas, junto ao solo.
Agora a Curtiss Motorcycles prepara-se agora para colocar no mercado a Hera. Este novo modelo inspira-se na moto equipada com motor V8, que Glenn Curtiss usou para bater o recorde de velocidade para um veículo de duas rodas, atingindo os 219,3 km/h a 23 de janeiro de 1907, numa praia na Florida.
HERA
À semelhança da moto de 1907, a Hera vai ser uma moto bastante longa, com as baterias que dão potência ao motor eléctrico montadas de modo a parecerem um motor V8 a gasolina, e uma distância entre eixos de 168 cm. A moto tem acabamentos luxuosos, incluindo jantes cobertas e o uso em profusão da fibra de carbono, para reduzir o peso total.
De acordo com Matt Chambers, o CEO da Curtiss Motorcycles, “com a Hera, o nosso objectivo é criar a moto mais luxuosa do mundo. Ela inclui, pela primeira vez na História, uma arquitectura de bateria V8, um motor E-Twin ultra-poderoso, mas sofisticado, e uma distância ente os eixos de 66 polegadas para criar uma categoria própria”.