CIÊNCIA & TECNOLOGIA
“Coco“ vence Oscar de melhor animação
Coco, um filme de animação de longa metragem, produzido pela Pixar, venceu o Oscar de melhor animação para 2018.
Coco segue a história de Miguel Rivera, um menino de 12 anos com uma paixão pela música mas cuja família, devido ao casamento falhado da trisavó de Miguel com um músico, recusa-se a permitir qualquer aspiração musical dentro da família. No lugar da música, a família Rivera fabrica sapatos há várias gerações, mas Miguel pega na guitarra do seu ídolo, Ernesto de la Cruz, e é teletransportado para o mundo dos mortos onde redescobre as tradições e interpretações culturais mexicanas em torno da morte e solidifica a sua paixão pela música.
O filme, dos realizadores Lee Unkrich e Adrian Molina, escrito por Molina e Matthew Aldrich, conta com as vozes de Gael Garcia Bernal e Anthony Gonzales. A animação ganhou também o Oscar de melhor música com a canção Remember Me, composta por Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez e interpretada pelo artista americano Miguel e artista mexicana Natalia Lafourcade. É de notar que esta foi a segunda victória para o casal Lopez, sendo que o primeiro Oscar de melhor música ganho por eles foi pela composição de Let it Go, o ‘hit’ da animação Frozen, que estreiou em 2013.
Esta animação “family-friendly” sobre a morte e as tradições mexicanas que a governam, reforça o poder deste género cinematográfico em quebrar barreiras sociais para abordar assuntos difíceis e de uma forma leve e abrangente. Por esta e outras razões, o interesse pelo género tem crescido nos últimos anos.
Em África, já temos visto o estilo a ser aplicado desde animações curtas abordando assuntos sociais polémicos como Yellow Fever da artista multidisciplinária Queniana Ng’endo Mukii, que foi uma das palestrantes da edição de 2017 da conferência Maputo Fast Forward, ou longas metragens como Os Pestinhas do arquitecto e animador Moçambicano Nildo Essá e da sua produtora, FX Lda. A animação tem também sido usada no continente para contar histórias de fantasia místicas como é o caso de Kariba produzida por Daniel Clarke e The Blue Forest Collective na África do Sul e até documentários animados como é o caso de Liyana do artista Nigeriano Shofela Coker.
Se isto for qualquer indicação do que está por vir nos próximos anos, contaremos com uma indústria de animação activa e o surgimento de mais cineastas a especializarem-se nesta área.