
Cineasta maliano Souleymane Cissé homenageado no 76º Festival de Cannes
English version below
Reconhecido como um dos maiores cineastas africanos, o cineasta Souleymane Cissé recebeu o “Carrosse d´Or” do Festival de Cinema de Cannes, 2023, como realizador que marcou a história.
Cissé, de 83 anos, nascido em Bamako, no Mali, cresceu e definiu-se como cineasta em Dakar, no Senegal. A sua reputação, segundo a crítica, deve-se em grande parte à qualidade dos quatro filmes que realizou durante o período mais prolífico da sua carreira, entre 1975 e 1987, que culminou com o lançamento dos filmes “Yeelen” (A Luz), vencedor do “Prix do júri” no Festival de Cinema de Cannes em 1987. Foi o primeiro filme africano a receber tamanha aclamação da crítica em um festival conhecido por celebrar o pioneirismo em novas direções na produção cinematográfica.
Entretanto, na cerimónia de atribuição do prémio na semana passada, foi exibida a sua primeira longa-metragem “Den Muso” (A jovem, 1975), como prelúdio da cerimónia de entrega dos prémios. (Em Francês)
Esta história comovente de uma jovem muda de Bamako, rejeitada por todos depois de ter sido estuprada, é um apelo feroz contra as estruturas patriarcais de dominação. Um filme de choque que rendeu ao diretor uma pena de prisão na época e foi proibido em seu país de origem.
É um tema que ele repetiu em Cannes, ao elogiar o número recorde de filmes africanos no cartaz, bem como a presença de realizadoras africanas.
English Version
Malian filmmaker Souleymane Cissé honoured at the 76th Cannes Film Festival
Recognised as one of Africa’s greatest filmmakers, filmmaker Souleymane Cissé has been awarded the Golden Coach (“Carosse d’Or”) at the Cannes Film Festival, 2023, as a director who has made a mark on history.
Cissé, 83, born in Bamako, Mali, grew up and defined himself as a filmmaker in Dakar, Senegal. His reputation, according to critics, is largely due to the quality of the four films he made during the most prolific period of his career, between 1975 and 1987, which culminated with the release of “Yeelen” (The Light), winner of the “Prix du Jury” at the Cannes Film Festival in 1987. It was the first African film to receive such critical acclaim at a festival known for celebrating pioneering new directions in filmmaking.
Meanwhile, at the awards ceremony last week, his first feature film “Den Muso” (The Young Girl, 1975) was screened as a prelude to the awards ceremony (in French).
This moving story of a mute young woman in Bamako, rejected by everyone after being raped, is a fierce appeal against patriarchal structures of domination. A shock film that earned the director a prison sentence at the time and was banned in his home country.
It is a theme he repeated at Cannes as he praised the record number of African films on the poster, as well as the presence of African female directors.