Cidade do Cabo: ponto de encontro da arte contemporânea global
De 17 a 19 de Fevereiro vai ter lugar a Cape Town Art Fair e logo a seguir, de 24 de Fevereiro a 5 de Março ocorre a Art Africa Fair. Ambos os eventos vão fazer convergir na Cidade do Cabo artistas, galerias, curadores, criticos e coleccionadores de todo o mundo sendo igualmente esperados dezenas de milhares de visitantes.
A forte dimensão internacional que marca o programa de ambos eventos reflecte o crescente interesse que a arte contemporânea de África está a despertar e que se traduziu, entre outros aspectos, pelo aparecimento na Europa e nos Estados Unidos de novas feiras, como a 1:54 e AKAA, e pela abertura de inúmeras novas galerias no próprio continente africano claramente empenhadas em aceder ao circuito global da arte contemporânea.
A quinta edição da Cape Town Art Fair vai contar com um número recorde de galerias participantes (75) sendo de destacar – para além das que provêm do continente (nomeadamente da Nigéria, do Gana, da Costa do Marfim, da Etiópia, etc.) – a presença de um forte contigente de galerias europeias (Itália, Alemanha, Reino Unido, Bélgica, França, etc.).
De destacar ainda o regresso do espaço “Tomorrows/Today” (um espaço dedicado a artistas africanos emergentes), a nova secção “Digital Platforms” (onde será possível interagir em directo com várias plataformas online dedicadas à arte contemporânea) e a iniciativa “Cultural Platforms”, aberta a instituições e organizações sem fins lucrativos e que este ano irá contar com a presença, entre outras, da AVA Gallery (Cape Town), da Bag Factory (Johannesburg), do Espaço Luanda Arte (Luanda) e da Village Unhu (Harare).
Por seu turno, o programa da Art Africa Fair não é menos ambicioso tendo resultado de uma escolha feita por cinco curadores – Salimata Diop (Senegal), Uche Okpa-Iroha (Nigéria), Pierre-Christophe Gam (Camarões), Thembinkosi Goniwe e Ruzy Rusike (África do Sul) – com o objectivo de dar à feira um ambiente normalmente mais associado aos projectos expositivos apresentados em contextos museológicos.
Os curadores desafiaram os artistas e as galerias a apresentarem projectos que apresentassem “visões alternativas do continente” capazes de pôr em causa os “estereótipos existentes” e produzirem “novas representações de África”.
No periodo abrangido pelos dois eventos, a Cidade do Cabo será igualmente palco de inúmeras iniciativas paralelas que pretendem transformar o espaço urbano numa espécie de “galeria aberta” a todas as formas de expressão artística (musical, gastronómica, etc.).
(Imagem de topo: fotografia de Justin Dingwall/cortesia da galeria Art Co)