Num artigo publicado recentemente na prestigiada revista científica norte-americana Science, um grupo de físicos chineses afirmou ter desenvolvido um computador quântico 2 biliões de vezes mais rápido do que o mais poderoso supercomputador actualmente existente no mundo.
O protótipo de computador quântico desenvolvido pelos investigadores chineses – a que chamaram Jiuzhang – demorou pouco mais de três minutos a completar uma tarefa que o computador convencional mais rápido do mundo não conseguiria resolver em 600 milhões de anos.
Os computadores convencionais estão a revelar dificuldades em conseguir lidar com problemas que envolvam altos níveis de compexidade e incerteza. É o caso das previsões de movimentos nas bolsas de valores ou do rastreamento de um novo vírus até à sua origem, para referir apenas dois exemplos. Mas os computadores quânticos também poderão vir a ter um papel revolucionário, por exemplo, no desenho de novos medicamentos.
A computação quântica é vista como a área de desenvolvimento que tem o maior potencial para resolver alguns dos maiores desafios do planeta através de uma capacidade computacional sem precedentes a qual ultrapassa largamente os limites da computação tradicional.
Combinando a física e a engenharia, a computação quântica usa a modelação matemática de partículas elementares para criar processadores que executam circuitos quânticos em vez dos circuitos lógicos dos computadores digitais. Os computadores quânticos usam partículas quânticas reais, átomos artificiais ou propriedades colectivas de partículas quânticas como unidades de processamento e aproveitam o comportamento destas partículas, trazendo novos conceitos aos métodos tradicionais de programação para o cálculo de simulações complexas de forma muito mais rápida.
Dispositivos deste género estão a ser desenvolvidos tanto na Europa como nos EUA, neste último caso com a IBM e a Google a serem as empresas com projetos mais conhecidos.
Em outubro de 2019, a Google anunciou que seu computador quântico, o Sycamore, tinha conseguido realizar em minutos um cálculo que demoraria 10 mil anos para ser feito em um computador convencional. Com este anúncio feito pelos investigadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da China, baseada em Hefei, a China entrou, definitivamente, na corrida pela “supremacia quântica”.