``A CADEIRA DO GUARDA``: a fotografia de Dinho Lima no MFF 2017
Acessível, a partir de 15 de Novembro, no website do MFF, “My Maputo” antecipa uma exposição em preparação (que irá ocorrer durante o próximo ano) e inclui as contribuições de vários fotógrafos nacionais e internacionais.
O brasileiro Dinho Lima é fotojornalista e vive em Moçambique há 6 anos. Começou a trabalhar como ilustrador aos 14 anos em agências de publicidade tendo, posteriormente, feito a sua formação em jornalismo. O seu trabalho sempre procurou interligar, a partir desse momento, a escrita e a as expressões visuais.
Ao longo do seu trajecto profissional, de mais de 20 anos, o seu trabalho tem reflectido a diversidade das várias disciplinas a que se tem dedicado (jornalismo, fotografia, design, tipografia e artes gráficas).
Tendo participado em inúmeras exposições e recebido vários prémios (Bienal Brasileira de Design Gráfico, Prémio Jabuti de Literatura, etc.) Dinho Lima expôs, recentemente, em Moçambique, na colectiva “Punkada”, que esteve patente no Centro Cultural Franco-Moçambicano em Maputo.
Em “A Cadeira do Guarda”, Dinho Lima fixa o seu olhar sobre estes personagens (os guardas) que constituem parte integrante do cenário urbano de Maputo.
Sobre este trabalho, diz Dinho Lima:
“Em Moçambique, cerca de 15 milhões de pessoas vivem com menos de 2 dólares por dia, segundo dados levantados pelo Banco Mundial. O contraste produzido pelo cenário económico-social do país dá origem a personagens como “o guarda”; seguranças particulares de casas, condomínios e até de ruas inteiras, que trabalham em troca de cerca de 20 dólares por mês.
A posição degradante destes trabalhadores é bem representada pelas suas cadeiras, que são, de certo modo, suas camas, armários e local de almoço. O arranjo das cadeiras também destaca traços da frequente convivência do cidadão com a urbanização precária de Maputo e da incomparável criatividade e capacidade de sobrevivência do moçambicano”.