A 59ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza,, na Itália, concedeu, pela primeira vez nos seus 127 anos de história, os seus principais prémios a duas mulheres negras: a artista britânica Sonia Boyce e a norte-americana Simone Leigh. Boyce venceu o Leão de Ouro pela melhor participação nacional por sua proposta para o pavilhão do Reino Unido, enquanto Leigh ganhou pela melhor participação na exposição principal.
Sonia Boyce
Com curadoria de Emma Ridgway, a instalação “Feeling Her Way” apresenta dez vídeos nos quais Boyce procura dar visibilidade à marginalizada história da música negra feita por mulheres no Reino Unido. O prémio foi concedido à artista por “propôr outra leitura de histórias através do som”. Boyce convidou quatro artistas negras – a cantora de jazz Jacqui Dankworth, a cantora e compositora Tanita Tikaram, Poppy Ajudha e a vocalista experimental Sofia Jernberg – para improvisar e envolver os visitantes com suas vozes.
“Trabalhando em colaboração com outras mulheres negras, ela revela uma infinidade de histórias inéditas. Boyce propõe uma linguagem muito contemporânea nas formas fragmentadas que o espectador reconstrói através de sua experiência no pavilhão”, justificou o júri.

Simone Leigh
Já Leigh ganhou o Leão de Ouro para a melhor participação pela sua “escultura monumental rigorosamente pesquisada” e “poderosamente persuasiva”, que revela o torso de bronze de uma mulher negra.
A cerimónia destacou ainda, com menções especiais. os pavilhões nacionais de França, representada pela primeira vez por uma artista de origem argelina, Zineb Sedira, e outra para o Uganda, cujo pavilhão une trabalhos de Acaye Kerunen e Collin Sekajugo.
A Bienal de Veneza também premiou o artista libanês Ali Cherri com o Leão de Prata de jovem participante. Além disso, houve menções especiais para as artistas Shuvinai Ashoona (Canadá) e Lynn Hershman Leeson (Estados Unidos).