Criada em meados do ano passado, a Artyrama é um exemplo dos novos espaços, com uma existência exlusivamente online, que têm começado a surgir em África e se dedicam à divulgação e comercialização de obras de artistas contemporâneos do continente.
Baseada em Lagos, na Nigéria, a Artyrama tem vindo a atraír sobretudo a atenção de coleccionadores internacionais interessados em investir nos novos talentos emergentes.
“Polygamy” – Oladotun Abiola (Nigéria)
Lanre Fisher, directora da galeria, tem consciência de que o aparecimento da Artyrama surgiu num momento em que a arte contemporânea de África “está na moda” e, por isso, não está surpreendida com o perfil predominantemente internacional dos coleccionadores. Mas acredita que, a médio prazo, essa situação irá mudar e haverá mais aquisições por parte de coleccionadores do continente.
Durante os primeiros meses da sua existência, o grande investimento da Artyrama focou-se, principalmente, em garantir formas seguras de pagamentos online e de entrega das obras. Tendo em atenção que a maioria dos compradores vive fora do continente, este não tem sido um processo fácil de montar pois a burocracia e a falta de sensibilidade para os novos modelos de comércio electrónico constituem barreiras dificeis de ultrapassar.
“Induction Series IV” – Toyosi Kekere-Ekun (Nigéria)
Para além de ser uma plataforma online, onde é possível ver e comprar arte contemporânea de África, a Artyrama providencia também serviços de “consultoria de arte” e organiza eventos e exposições com alguma regularidade.
Tal como a Unsung Art, baseada na África do Sul, a Artyrama parece reflectir um movimento emergente, sobretudo ligado às gerações mais jovens, que veêm nas plataformas online um forma de chegar melhor e mais eficazmente a um público mais global.
(Imagem de topo: “Hair Talk” – Femi Morakinyo)