Durante a última Cimeira do Clima, em Paris, uma das situações a merecer a atenção dos líderes mundiais foi a do Lago Chade.

Este lago, que em tempos foi um dos maiores do mundo, diminuiu a sua extensão, ao longo dos últimos 25 anos, em cerca de 90 por cento, devido tanto às alterações climáticas como às necessidades de água dos habitantes.

Projetos de irrigação em grande escala construidos pelo Niger, pela Nigeria, pelos Camarões e pelo Chade têm sido um dos grandes causadores deste progressivo desparecimento do lago.

Com as reservas de água diminuidas, ficam em risco a subsistência de 30 milhões de pessoas que vivem na região, e que se dedicam maioritariamente à pesca e à agricultura.

 

 

Face a esta situação, e independentemente das soluções políticas que venham a ser encontradas para esta situação (convêm lembrar que a escassez de recursos tem deixado as populações à mercê da actuação predatória de grupos radicais como o Boko Haram, da Nigéria), o arquitecto camaronês Hermann Kamte tem vindo a desenvolver um ambicioso projecto, que designou “The Forgotten – Dead or Alive”, e que consiste na criação de um centro de investigação em limnologia e desalinização.

A ideia é pemitir o desenvolvimento de soluções que possibilitem, por exemplo, a criação de pipelines que tragam água do oceano atlântico a qual seria tratada e posteriormente redistribuída por toda a região. Este projecto, ainda em desenvolvimento, enquadra-se na filosofia da Lake Chad Basin Commission, a comissão encarregue de definir uma estratégia de regeneração do Lago Chad.

 

 

Hermann Kamte é um dos mais promissores jovens arquitectos do continente africano. Um dos seus mais recentes projectos, a “Wooden Tower” que projectou para a cidade de Lagos (Nigéria), obteve um dos prémios da competição A’Design Award & Competiton de 2016.